O Brasil deu o seu primeiro passo ao retrocesso, nessa terça-feira no dia 31 de março na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados, foi aprovado por 42 votos a favor e 17 contra, a PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, a comissão especial terá ainda um prazo de 40 sessões do Plenário para dar seu parecer e a PEC ainda deverá ser votada em dois turnos pelo Plenário da Câmara, para ser aprovada precisa de (3/5 dos deputados cerca de 308 votos em cada votação), seguindo assim para a aprovação no Senado aonde será analisada e votada em dois turnos novamente, lembrando que não segue a Presidência da República pois trata-se de emenda à Constituição.
O Brasil do ódio não deu a mínima para
o pronunciamento em documento datado do ano de 2007 da Unicef (Fundo das Nações
Unidas para a Infância) “Porque dizer não à redução da idade penal”¹ e a parte
em que esta mesma diz que: “A redução da maioridade penal representaria uma
ameaça para os direitos de crianças e adolescentes”, e para além a Unicef
acredita que as discussões sobre o assunta desestabiliza o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), o qual vigora no Brasil que foi um dos primeiros países
a organizar uma legislação que seguisse os princípios da Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos da Criança desde 13 de julho de 1990, e este mesmo
Brasil esqueceu que na sexta-feira dia 20 de março admitiu que existe um
cenário de extermínio de jovens negros no país na audiência temática na
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos
(OEA), ou seja, agora caminhamos a
contramão de mais de 20 anos de avanços das garantias de direitos das crianças
e dos adolescentes desse país.
A Câmara cercada do mais extremo reacionarismo
que tem nesse país não muito diferente do Senado, tenta de forma heroica e a
cavalgadas ariscas visto assim pelo conservadorismo que vem a passos largos
ocupando os cargos públicos desta mesma, vejamos o aumento nas últimas eleições
das bancadas religiosa e da bala, extinguir os direitos conquistados de anos de
luta a fio pela classe trabalhadora, tendo também a ajuda incessante e
ininterrupta da Mídia burguesa que vocifera inúmeras inverdades, e faz de casos
isolados como padrão para esmiuçar as suas mentiras e alienar o povo desinformado,
que assim reproduz seus posicionamentos banhados na ideologia da extrema
direita fascista desse país.
É importante antes de tudo trazermos
em dados a realidade que esta mesma mídia falaciosa não evidencia a população:
∙
De acordo com o levantamento da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da
Crianças e do Adolescentes roubos e atividades relacionadas ao tráfico de drogas
representam 38% e 27% dos atos infracionais, e no que tange os homicídios esses
não chegam nem a 1% dos crimes cometidos entre jovens de 16 e 18 anos,
∙
Segundo a Unicef dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013%
cometeram atos contra a vida,
∙
O Brasil registra homicídios de 30 mil jovens por ano e segundo dados do Mapas
da Violência de 2014, 80% das mortes são de negros.
∙ Fazendo
um recorte do total de números dos homicídios ocorridos nos últimos 20 anos no
Brasil, apenas 3% destes foram cometidos por adolescentes
∙ Em
2013 O número de homicídios cometidos por adolescentes chega a apenas 0,5% do
total.
∙ Em
2010, foram assassinadas 8.600 crianças e adolescentes em todo o Brasil.
∙
Em 2012, entre os 56 mil homicídios em solo brasileiro, 30 mil eram
jovens, em sua maioria negros e pobres.
∙
Se compararmos os períodos de 2004 e 2007 no Brasil com Iraque, Sudão e
Afeganistão, (PAÍSES QUE VIVEM EM GUERRA) não se pasmem matou-se mais jovens no
Brasil neste período do que nesses países que vivem em guerra.
Portanto segundo esses dados a
aprovação desta PEC realmente vai atingir as crianças e adolescentes desse
país, mais principalmente quem vai sofrer com isso são as mesmas crianças
negras e pobres oriundas da favela que são produto do descaso do poder público,
e fruto de uma desigualdade social flagrante no Brasil deste a sua formação
como Estado Nacional que sofreu resquícios de quando era colônia, ou seja,
voltamos a ver a criança como víamos acerca de 450 anos atrás como pequenos
adultos que não precisam de uma legislação específica para a sua proteção pois
são materiais descartáveis que tem a obrigação de se domesticar nessa sociedade
leprosa assim como os seus pais, e se caso não se adequarem é fácil é só matar
e no caso do século XXI quando não mata prende.
O interessante é que os mesmos que
defendem a diminuição da maioridade penal, esquecem que o nosso sistema
carcerário é extremamente falido e não nos dá garantia nenhuma que prendendo
uma criança, essa após cumprir a sua pena terá condições cognitivas de
ressocialização a sociedade, pelo contrário é capaz que essa saia com mais
sentimento de raiva do que quando entrou pois o sistema prisional não cumpre o
papel na prática de ressocialização dos presos na sociedade na verdade vai na
contramão deste, sem contar que o Brasil tem a 4° maior população carcerária do
mundo perdendo apenas para os Estados Unidos, (Que diminui a maioridade penal e
é um dos exemplos mais próximo que esta não significou a redução da violência no país) China e Rússia,
e para acirramos mais ainda essa questão pegando em números para entendermos
que os jovens não são o mal da sociedade como vocifera o conservadorismo e a
mídia fascista, na atual legislação com a maioridade sendo referente a 18 anos
os jovens infratores representam atualmente apenas 8% da população carcerária
do país.
E indo além já temos promovidos pelo
ECA em legislação seis medidas socioeducativas: advertência, obrigação de
reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida,
semiliberdade e internação porque incluir a prisão desses menores que não vai
cumprir o papel de ressocialização assim como as medidas socioeducativas não
cumprem pois seguem a mesma lógica do sistema prisional que mais exclui do que
inclui esse jovem ao tecido social, portanto antes de pensarmos em prender
devíamos pensar em reformulação de todo esse sistema falido, e para além em
nossa legislação a partir dos 12 anos qualquer adolescente é responsabilizado
pelo ato contra a lei que este venha a cometer, e essa responsabilização é
executada por medidas socioeducativas prevista pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, o qual desmente a confusão ideológico que os defensores da
diminuição da idade penal tentam fazer colocando no mesmo patamar a impunidade
penal que não existe na constituição já que temos uma legislação específica que
responsabiliza o menor, com o
rebaixamento da imputabilidade penal que são coisas diferentes, e o segundo se
refere no Código Penal a capacidade da pessoa entender que o fato é ilícito e
agir de acordo com esse entendimento, fundamentando em sua maturidade psíquica.
Ainda temos outra problemática que na
maioria das vezes a polícia não prende ela mata, então se pegarmos o caráter
dessa polícia racista e genocida que age a mando do Estado Burguês, já se matam
inúmeras crianças nas periferias e favelas desse país pois os números de
adolescentes e crianças mortas nas periferias por operações policiais
legitimadas pelo auto de resistência é gritante, os números de jovens mortes em
nosso país todo ano é algo a se alarmar e não precisamos de mais uma forma de
matar essas criança psicologicamente no enrijecimento da lei levando esta mesma
a prisão, pois é intrinsecamente importante entendermos que a verdadeira vítima
do sistema são esses adolescentes, que além da morte direta que sofrem o Estado
também mata essas crianças de forma indireta deixando estas à mercê de um
sistema de saúde extremamente sucateado ao passo que o atendimento é
demasiadamente ruim e isso quando o acesso a este se faz possível, e para além
mata a criança através da fome, aonde temos um cenário o qual muitos dos jovens
vivem a margem da sociedade capitalista sem o direito a uma moradia digna que
dialogue com as necessidade básicas para a sua sobrevivência que é o acesso ao
saneamento básico e principalmente a uma alimentação de qualidade os quais são
direitos desses. no que tange que o Estado que deveria garantir estes mesmos.
Destarte o Brasil do ódio mesmo tendo
inúmeras entidades com o posicionamento contrário a redução da maioridade penal
como a Unicef, a Anced (Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos
da Criança e Adolescente), a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República (SDH), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o Ministério Público
Federal (MPF) e o Ministério da Justiça, ainda assim tenta pôr pra frente a
aprovação dessa PEC no mínimo anticonstitucional visto as implicações dessa
acima, e para além 60% dos deputados que votaram a favor na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), só para constar estão sendo investigados por
crimes, o que é no mínimo contraditório levantar a bandeira sobre a impunidade
confundindo-a com a imputabilidade, se muitos deles estão impune e continuaram
devido seus privilégios de classe.
Contudo vemos muito mais um sentimento
irracional da população semeado pela mídia burguesa que não é banhado na
realidade, pois em dados científicos o enrijecimento da lei para crianças
culminará em mais holocausto já vigente no Brasil e quando isso acontecer quem
vai responder por isso, se responsabilizar pelo acirramento do problema
demográfico da nossa pirâmide etária o qual temos uma população idosa e adulta
que começa a superar a mesma dos jovens, aí daqui a alguns anos que tivermos
uma sociedade doentia e principalmente uma polícia braço armado do Estado que
matou grande parte de nossos filhos e nossos netos da periferia, e que quando não matou prendeu em um sistema
carcerário que serve pra dizimar cognitivamente e estuprar psicologicamente essa criança vamos querer apontar os vilões,
só que será tarde demais viveremos em uma sociedade adulta e idosa sem jovens
negros (os únicos serão da casa grande) e pobres com uma população jovial
branca composta por filhos e netos das famílias Marinho, Saad , Frias ,Mesquita,
Civittas, Abravanel, Sarney, Magalhães e por aí vai que proporão essa matança
além de todas as famílias oligárquicas e a
burguesa que manda no Brasil a canetadas.
Pois bem, esperemos os próximos capítulos
dessa insanidade jurídica sabendo que se ficarmos de braços cruzados essa
batalha vai estar mais do que perdida, pois os apologistas do conservadorismo
no Brasil caminham a cavalgadas espaçosas para a aprovação dessa medida
anticonstitucional, entendendo assim que caso seja aprovada a redução da
imputabilidade penal o próximo passo para este vai ser tentar a votação que
aprove a pena de morte no país, pois o conservadorismo só avança não existe em
seu dicionário particular dar um passo atrás na sua condição de genocida da
classe trabalhadora, e não se assustem se isso acontecer pois o crescente
reacionarismo e fascismo está em curso no país e salve-se quem puder pois se
não houver uma organização unificada que clame por nossos pequenos direitos conquistados
em anos a fio na luta da classe estamos perdidos, vamos todos pra vala junto
com nossas crianças.
∙ Referências
bibliográficas:
∙ (http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/174455/Extermínio-da-juventude-negra-é-reconhecido-pelo-Governo-Federal.htm) (http://www.geledes.org.br/18-razoes-contra-a-reducao-da-maioridade-penal/#axzz3W4B6iTuQ) (http://justificando.com/2015/03/27/menores-infratores-coisissima-nenhuma/)
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